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O que devemos esperar do Brasil em 2019?

A menos de 30 dias para o fim do ano, empreendedores e executivos se perguntam: o que será do Brasil em 2019? O ambiente para negócios vai melhorar? O país vai retomar o caminho do crescimento sustentável? Com um novo governo prestes a tomar posse e a necessidade premente por reformas, há no mercado um pouco mais de confiança e ainda muitas dúvidas. Essas perguntas foram tema do painel "O que esperar do Brasil em 2019", nesta terça-feira, no Festival de Inovação e Cultura Empreendedora (FICE 2018), em São Paulo.


O economista Juan Jensen, sócio na 4E Consultoria, considera mais provável no momento um cenário que chamou de "intermediário", em que o novo governo aprova apenas parte da reforma da Previdência e de sua agenda econômica. Nesse caso, o país segue crescendo, mas lentamente (a menos de 2,5%, e atrai menos investimento do que poderia; a inflação continua sob controle e o desemprego cai muito devagar, sem chance de se tornar baixo em apenas quatro anos. O economista destacou que o o governo deve fechar 2018 com déficit primário grande, da ordem de 2% do PIB, e no menor patamar histórico de investimento público.


Jensen fez um acréscimo: acha que vem aumentando a probabilidade de ocorrer o cenário que chama de "otimista". "O mercado está confiante de que a equipe econômica de Paulo Guedes [futuro ministro da Economia] é boa, embora não exista garantia de sucesso. Se o governo for ágil e eficiente para fazer a reforma previdenciária, o Brasil vai entrar em trajetória de crescimento", afirmou. Nesse cenário, o novo governo consegue aprovar sua agenda econômica liberal, coloca as contas públicas num bom rumo, atrai mais investimento e destrava negócios. Com crescimento anual da ordem de 3% do PIB ou mais, o desemprego cai mais rapidamente e muda de patamar nos próximos quatro anos.


Na análise do sócio da 4E, vem caindo a probabilidade de ocorrência do cenário "pessimista". Tal conjuntura poderia ocorrer, por exemplo, se o presidente eleito Jair Bolsonaro entrar em choque com Guedes, perder seu ministro da Economia e desviar da agenda pró-ajuste fiscal e pró-negócios. Entre as possíveis consequências ruins, nesse cenário alternativo, estão aumento dos juros e novo esfriamento da atividade econômica.


Jensen dividiu o palco com Daniel Maranhão, managing partner da Grant Thornton, Felipe Dal Belo, especialista em transformação digital e governança corporativa, Leonardo Calixto, sócio-diretor da Empírica Investimentos, e Marco Crespo, CEO da Gympass. O painel fez parte do evento Trendwatching, organizado pela Grant Thornton.


Na avaliação de Dal Belo, tanto o consumo como o mercado de trabalho só devem se recuperar com a aprovação das reformas, uma vez que a maioria dos empresários aguarda mudanças para voltar a investir. Empresários e executivos querem ver algum aquecimento econômico antes de tomar decisões de investimento em tecnologia e inovação. "Há uma agenda de inovação reprimida no Brasil", afirmou o especialista.


Calixto, da Empírica, concordou com os cenários e acrescentou que, mesmo que o novo governo trabalhe bem, a retomada do crescimento depende dos empreendedores. "Se não houver boas ideias e crédito, nada acontece."


Pequenas e médias empresas, segundo Maranhão, são as que mais crescem no Brasil  e devem continuar neste ritmo em 2019. "Enquanto as globais devem crescer 2,7% este ano, as menores vão avançar 3,8%", compara ele.


Fonte: Revista Época Negócios



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